125 anos da ponte de Viana do Castelo
Ano 2003
Materiais Bronze e Aço Inox
Dimensões 5X13X4cm
Local Imprensa Nacional Casa da Moeda
A peça foi concebida com a ideia de veicular conceitos específicos da realização de projectos de engenharia em ferro, cujo desenho e articulação de formas da sua estrutura construtiva é, para além do seu objectivo funcional, o seu mais forte atractivo visual.
Não sendo uma medalha tradicional, este objecto pretende transportar consigo essa ideia de construção e o carácter poderoso de resistência e apoio que qualquer ponte transmite.
Uma ponte sendo sempre uma passagem é assim, também, a fronteira entre duas realidades, muitas vezes distintas que, pela acção de desenvolvimento que a existência de um rio comum proporciona, cada vez mais se unem e sempre se completam.
Neste caso a ponte é um projecto de Gustavo Eiffel, de duplo tabuleiro, apoiados em estrutura metálica de vigas mestras cantonais, sustentados em pilares de cantaria e amarrados às margens por pegões.
Tudo nos remete para formas geométricas lineares e maciços blocos, articulando exigentes cabos, encaixes e engrenagens.
Margens que lançam braços apertados a pilares de formas austeras e sólidas, fortemente agarrados à terra, encaixam-se por sobre o leito de um rio que, como elemento comum de tangencia, as separa, as toca, as une irremediavelmente e potencia a passagem.
Peças rigorosamente talhadas, unidas mecanicamente através de parafusos, apertam e sustentam elementos recortados a simular a estrutura geométrica desta construção. Outra peça, cunhada, com uma interpretação livre do desenho da ponte, encaixa na estrutura que a recebe, parando num batente, criando entre elas um espaço aberto na zona de tangencia.
A zona de tangencia, onde a memória de uma e de outra margem definem esse espaço intermediário, acentuado por uma leve oposição cromática, um espaço objecto fulcral e essencial nesta questão.
É o espaço que medeia entre a impossibilidade do horizonte, a vontade de conhecimento e a certeza da construção que permitirá, finalmente, a superação das dúvidas, o início da viagem e a hipótese de progresso.