Centro Histórico do Porto Património Mundial
Ano 2008
Materiais Prata com acabamento Proof 92,5‰
Dimensões 28mm
Local Imprensa Nacional Casa da Moeda
A metodologia de trabalho utilizada para a feitura de uma moeda tradicional, submetida a condicionalismos de ordem conceptual e técnica, implica soluções que não passam pelas opções formais nem pelo mesmo processo criativo de concepção de uma peça escultórica.
Desta forma o projecto que se apresenta, não podendo veicular formas com uma dinâmica escultórica cujas características específicas ancoram na minha pesquisa pessoal, antes adapta alguns conceitos que também persigo, submete-se a uma atitude menos esculpida e construtiva, mas mais modelada, mais desenhada, mais gráfica.
Assim, o projecto para a peça foi concebido com a ideia de veicular conceitos de horizontalidade como simulacro de limite entre o que é forma e espaço, através de uma simplificação bidimensional e de um relevo apenas superficial.
Tanto no reverso como no anverso da moeda, existe uma orla que circunscreve os relevos e elementos gráficos. O recorte que se estabelece como linha de horizonte da cidade, linha de charneira entre o relevo e a mesa, prolonga-se por um perímetro que limita e desenha também uma zona que define um hipotético núcleo.
No reverso, a forma desse núcleo eleva-se ligeiramente sobre a mesa e sobrepõe-se à imagem e perfil da cidade do Porto visto da margem esquerda do rio Douro, no Cais de Gaia e, também por isso, quer significar e confundir-se com o Centro Histórico do Porto - Património Mundial.
O único elemento que transpõe a barreira correspondente ao perfil da cidade e se afirma com uma linguagem gráfica mais forte é a ponte, tão característica como emblemática, como que a abrir passagem para o interior da cidade potenciando a universalidade que o estatuto da Unesco lhe confere.
A Expressão Centro Histórico do Porto eleva-se, com uma cota superior à do logótipo do Património Mundial e da palavra Unesco que terão a mesma cota da ponte. Esta, por sua vez, eleva-se com um ligeiro relevo sobre o plano que define a imagem da cidade que se recorta na mesa.
No anverso, o único elemento identificador do tema é a linha de horizonte do casario da cidade, recortando a mesa com um pequeno relevo, que separa a face em dois campos: Um superior, ligeiramente mais elevado, para permitir criar um espaço limpo que compõe a estrutura gráfica com outro, inferior, correspondente ao plano da mesa, onde estão presentes elementos como o valor facial, o escudo de armas, a data e a expressão República Portuguesa