Mesa onde manipulo os arquétipos que suspendi em todos os Jardins da minha "Babilónia"
Ano 2000
Materiais Barro com passagem a gesso
Dimensões 85X60X4ocm
Local Vila Nova da Gaia
Mesas onde manipulo os arquétipos que suspendi em todos os jardins da minha “Babilónia”
A mesa como lugar de encontro, de cerimónia ou culto, da reunião que enfatiza e define a fronteira que é, neste caso, a zona do silêncio o habitáculo que tem a qualidade serena do que ainda nada é.
A fronteira é o território da passagem, o pórtico da transição, lugar do híbrido, razão de ser de uma postura limítrofe que faz a ponte entre a simulação de uma realidade universalmente reconhecida e a afirmação da sua negação.
O ovóide simboliza este domínio, é o arquétipo formal e significante onde fervilha latente a semelhança dos contrários e contém, na sua essência, a ousadia e o equilíbrio imponderável da inquietação.
A memória de reflexões, recentemente afloradas na observação de um dálmata e a exploração das formas que presentemente me ocupam, foram objecto de estudo a propósito da viagem que é para mim, agora, mas também sempre, o desafio do barro.
A interrogação que foi pensar a totalidade da forma através do barro, numa intromissão discreta e perturbante no percurso normal da pedra e do ferro, resultou naturalmente numa simbiose cuja expressão pretendo seja, exactamente, a apropriação da charneira que separa ou aglotina, num todo, duas partes, supostamente opostas.