A vegetação alastra, espreita por entre pedaços de matéria e emerge na poeira que também pavimenta a oficina. Seixos permanecem, incómodos, algumas vezes abertos, amarrados a fragmentos e esboços de esculturas que aguardam, como frutos, pela cor mais viva e, finalmente, são colhidos no fim de uma prolongada letargia. Feitos e efeitos de uma vivência encerrada na pesquisa mais íntima, assumem o discurso protagonista da forma e revelam projetos embrionários em que a horizontalidade é, cada vez mais, o sentido essencial de um percurso. carlos marques 1996 Um percurso de viagem prometido, pouco programado e nem sempre cumprido, simbolicamente evocado neste silencio branco com sabor a sal e a extensão duradoura do nosso olhar. texto acrescentado quando da reconstrução da peça no ano de 2016 Carlos Marques